Pai de adolescente andava angustiado com o comportamento do filho de 15 anos. Desde que notou que o filho falava com uma voz muito fina passou a observá-lo mais, e percebeu que ele também usava de trejeitos com as mãos e fazia movimentos com a cabeça ao se comunicar com as pessoas nem um pouco convenientes para um garoto da sua idade.
Desconfiado, intrigado, e sem saber como lidar com aquele problema o pai passou a discutir o assunto com vários amigos interessado em descobrir, a partir da provável experiência de algum deles, um meio seguro de esclarecer as dúvidas que vinham lhe tirando o sono há algum tempo.
Ouviu várias sugestões: “Por que você não senta com seu filho e conversa abertamente sobre o assunto com ele?” Disse alguém.
- Tenho o sangue muito quente e ando nervoso demais ultimamente, ele respondeu. Tenho medo de interpretar mal uma resposta qualquer e acabar agredindo o meu filho fisicamente. Seria um erro imperdoável.
- Não quero agir apoiado apenas em minhas suposições. Se eu causar um trauma ou prejudicar a vida do meu garoto injustamente não vou me perdoar.
"Acho que a sua esposa seria a pessoa certa para conversar sobre esse assunto com o garoto e esclarecer as suas dúvidas", disse outro.
- Não creio que esta seja uma boa opção também. Minha esposa é muito lerda, sem iniciativa. E certamente que não vai me contar nada se por acaso descobrir alguma coisa.
Completamente perdido, totalmente inseguro e sem saber como agir aquele pai sofria sufocado com as suspeitas que o afligiam. Andava calado, desanimado, matutando sempre até que uma amiga lhe sugeriu que levasse o filho a um psicólogo.
- Mas é claro! Como não pensei nisso antes?!
No dia seguinte, ao entrar no escritório, a primeira coisa que ele fez, foi ligar para um psicólogo e marcar uma consulta. No dia marcado, ele mesmo se encarregou de levar o filho ao consultório. Depois de alguns minutos aguardando na sala de espera, ouviu chamarem pelo nome do filho. Não teve dúvidas, levantou-se, deixou o garoto sentado na recepção e entrou na sala do médico.
- Doutor, a consulta não é comigo, é para ser com o meu filho que eu deixei aguardando lá fora. Eu entrei primeiro porque faço questão de esclarecer o motivo de estarmos aqui hoje. Não é de agora que eu percebo que meu filho vem agindo de maneira muito estranha. O garoto fala fino demais pra idade dele, usa de muitos trejeitos com as mãos enquanto conversa, balança a cabeça... Enfim, estou desconfiado de que ele seja homossexual e não vou sossegar enquanto persistirem as minhas dúvidas. Não me sento pra conversar com ele porque ando muito estressado e sei que corro o risco de perder a paciência em algum momento. Tenho medo de agredi-lo e acabar por traumatizá-lo. Por isso, doutor, trouxe-o aqui, conto com a sua ajuda, e rezo para que eu esteja completamente enganado.
Continua...
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