Na beira do cais, no Rio de Janeiro, estava uma linda moça gritando que iria se suicidar, até que apareceu um marinheiro em um barco que gritou:
— Moça, não faça isso com sua vida!
— Eu vou me jogar, a minha vida não presta — disse a moça, desesperada.
— Não! Você é linda e ainda tem muita vida pela frente! — dizia o marinheiro, tentando convencê-la
— Olha, o meu navio está de partida para a Europa. Por que você não vem comigo, e depois pensa no que faz?
— Ah, não sei... — disse ela, indecisa.
— Se você chegar lá e ainda quiser se matar, pelo menos você conheceu a Europa! Só tem uma coisa: você tem que ficar escondida porque o capitão não aceita clandestinos viajando, principalmente mulheres! Mas prometo te dar água e comida todos as noites.
— Ah, até que é uma boa ideia — disse ela mais animada. Ela então acompanhou o marinheiro até um bote salva-vidas onde viajaria clandestinamente.
E então prosseguiram viagem. O marinheiro levava comida e água todas as noites pra ela e, como não resistia à beleza da moça, passavam a noite juntos. Assim foi durante mais de um mês.
Até que um dia o Capitão foi fazer uma inspeção nos botes e se deparou com a linda mulher. Surpreso, ele perguntou:
— O que uma mulher como você faz por aqui?
E ela, sem outra saída, resolveu contar a verdade:
— Olha, eu estou aqui seguindo para a Europa porque um marinheiro me trouxe. Todas as noites ele me traz comida, água e, sabe como é, passamos a noite juntos. E vai ser assim até chegarmos à Europa. O senhor sabe se ainda falta muito?
— Olha moça, eu acho que ainda vai demorar um bocado — disse o Capitão — Esta é a barca que faz a travessia Rio-Niterói!
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