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quinta-feira, 14 de maio de 2015

Lucidez de diplomata








 Um jovem diplomata português, em diálogo com um colega mais velho:

 - Francamente, senhor embaixador, devo confessar que não percebo o que correu mal na nossa história.

 Como é possível que nós, um povo que descende das gerações de portugueses:

 - que criaram o Brasil,

 - que "deram novos mundos ao mundo",

 - que viajaram pela África e pela Índia,

 - que foram até ao Japão e a lugares bem mais longínquos,

 - que deixaram uma língua e traços de cultura que ainda hoje  sobrevivem e são lembrados com admiração, como é possível que hoje  sejamos o mais pobre país da Europa ocidental?

- O embaixador sorriu e disse:

 - Meu caro, você está muito enganado. Nós não descendemos dessa gente  aventureira, que teve a audácia e a coragem de partir pelo mundo, nas  caravelas, que fez uma obra notável, de rasgo e ambição.

 - Não descendemos? - reagiu, perplexo, o jovem diplomata - Então de  quem descendemos nós?

 Responde o lúcido embaixador:

 - Nós descendemos dos que cá ficaram...

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